Não sei porque , mas
de todos os destinos que fiz no Brasil, o Pará parecia o mais estranho ... mas ainda assim meus pés (e uma aeronave) me levaram até lá !!
Será por que foi o
mais distante que já escolhi ...
Será que está no meio
da Floresta Amazônica ...
Cheguei ao Galeão com
duas horas de antecedência do voo direto (GIG - BEL) pela TAM, comprado seis
meses antes (R$ 741,00).
Ao tentar fazer o
check-in eletrônico , o primeiro sinal de que algo não estava bem.
O código localizador
não estava sendo reconhecido ... e eu o estava digitando corretamente.
Papel do e-ticket pra
cá ... papel do e-ticket pra lá.
Depois de dizerem que
eu tinha de remarcar meu voo, adotaram um procedimento chamado REACOMODAÇÃO e
acabei sendo autorizada a embarcar num voo da GOL.
A princípio, faria
uma escala em Fortaleza, depois seria um voo direto para Belém, conforme a
minha programação original.
Trajeto tranquilo ,
chegamos à BEL às 02:50 hs.
Soube que os ônibus
só começam a circular às 06:30.
O ônibus modal custa somente R$ 2,20 em Belém do Pará, e consegui pegá-lo às 05:53 hs mesmo sendo sexta-feira santa, um dia de feriado.
Desci junto a DOCAS, às 06:21 hs e corri , dando tempo de comprar o ingresso para a barca com direção à maior ilha fluvial do mundo, a de Marajó (ida para o Porto de Camará , R$ 19,00).
Quando cheguei ao
"barcão" , ele já estava lotado ... pensei que não fosse nem conseguir
um lugar para me sentar.
A capacidade é de quase mil pessoas.
São três
andares , cheios de gente e bagagem de todo os tipos , bolsas, malas, mochilas,
caixas, bicicletas ... parece que eles pensam como pensavam os carinhas do
TITANIC, que aquilo ali não pode afundar!! Vira e mexe um destes barcos afunda no norte do país.
A capacidade é de quase mil pessoas.
Estou escrevendo este
diário, exatamente ,da embarcação para Marajó, num veículo lotadíssimo, pelo
menos para as cadeiras e coletes salva-vidas.
Tô de olho e de
vigília nesta situação ... e eu já não gosto muito de viajar de barco.
Agora o barco está balaçando bastante para a direita , para a esquerda , para a direita , para a esquerda ... e a água do rio molhando todo mundo.
Agora o barco está balaçando bastante para a direita , para a esquerda , para a direita , para a esquerda ... e a água do rio molhando todo mundo.
Só depois entendi que, direto significava que o transporte terrestre iria até a margem do rio, e que a balsa da travessia à Souré já estava incluída na tarifa.
Do Porto de Camará
até Salvaterra são uns 20 minutos.
A travessia Salvaterra - Souré nesta balsa dura uns 10 minutos , se tanto.
A travessia Salvaterra - Souré nesta balsa dura uns 10 minutos , se tanto.
Vi três búfalos neste
trajeto, mas não deu para fotografar pois minha mochila estava junto do motor
do ônibus e eu não tinha muita mobilidade para me aproximar dela.
Depois vi muitos
outros e até, uma manada , ao longe.
Ao chegar a Souré despencou uma chuva ainda mais forte.
Ao chegar a Souré despencou uma chuva ainda mais forte.
O solo chegou a
encharcar ... grandes poças d'água.
Tentei alguns
caminhos alternativos para me aproximar de um búfalo , lá longe , que pastava
... mas a chance de molhar meus pés , mesmo com as botas era de quase 100%.
Mas eu queria muito
ir até lá !!
Tentei alguns outros
caminhos, mas não deu certo !!
Voltou a chover
forte.
Todo o que estava se
tornando mais enxuto voltou a molhar e , no caso do chão , a encharcar d'água
de chuva.
Assim, pisando umas
100 vezes em esterco diluído em poças d'água, consegui fotografar os búfalos
bem de pertinho. Tinha três deles só por ali.
Fiquei todo o tempo
ao redor da área da hidrovia.
A volta demorou mais
do que a ida ... quase quatro horas ( 03:40 hs) e realmente senti o peso do
cansaço.
Choveu ... é claro
!!!
Parece ou não parece onda de pororoca ??
A cidade de Belém ao longe, se iluminando com a caída da noite ... linda !!
Parece ou não parece onda de pororoca ??
A cidade de Belém ao longe, se iluminando com a caída da noite ... linda !!
Na saída da hidrovia,
diversos táxis aguardavam os passageiros para seus destinos diversos ...
branquinhos e bem conservados ....
Peguei a Avenida Docas, em direção ao hostel.
Tem restaurantes, shopping e pessoas fazendo cooper.
Vi o mair rato do
mundo (também) atravessando esta avenida e se escondendo num buraco.
Cheguei ao hostel
Amazônia e fiz o check-in.
Paguei o valor restante , diferença do valor pago em depósito para garantir a reserva.
Paguei o valor restante , diferença do valor pago em depósito para garantir a reserva.
Diária em quarto
feminino coletivo com seis camas, armário no quarto e café da manhã incluído.
Só havia uma garota
acomodada lá, na noite em que cheguei.
O hostel tem cozinha
para hospede , internet wi-fi grátis , duas salas de convivência com TV , sala
de jantar, minibiblioteca, jardim externo.
Mas não tem mapa para
hóspedes.
Assisti o jornal da
noite e a novela das 21 hs com outros hóspedes, depois de ter carregado as
baterias e pilhas, para o dia seguinte.
Belém , 30 de março
de 2013. Sábado
Acordei às 08:30 hs e
fui tomar café da manhã (das 07:30 às 09:30).
A cidade não tem
postos de informação turística, exceto um que só funciona das 08 às 12 hs
(segunda à sexta , só dias úteis), próximo a entrada da saída de barcas para
Marajó.
No aeroporto tem,
diariamente, das 08 às 22 hs. (infelizmente, eu cheguei num voo da madrugada).
Tomei um ônibus que
passasse no bairro de São Braz, onde eu encontraria os estádios do Payssandu e
do Remo.
Bandeiras do Clube do Paysandu
Abaixo fachada do Estádio do Remo e o seu mascote .. um leão !!
Bandeiras do Clube do Paysandu
Abaixo fachada do Estádio do Remo e o seu mascote .. um leão !!
Fiz muitas fotos
legais, nos dois , onde pude ir até o gramado.
Depois peguei uma
condução com direção à ICOARACI, de onde conheceria o estádio do MANGUERÃO.
Lá também tem um cais
de onde partem "ferries" para Marajó, sendo que estes , além de
passageiros, levam também veículos.
O estádio está
fechado sem qualquer chance de se chegar ao gramado.
Diversas árvores
mangueiras ornamentam o espaço de estacionamento, gigante , deste estádio.
Depois voltei ao hostel para descarregar as fotos no notebook e almoçar.
Depois voltei ao hostel para descarregar as fotos no notebook e almoçar.
Estava conectada com
a rede da Intelbras.
É que a senha
informada pela rede "segura" do hostel , não foi reconhecida , de
jeito nenhum, pelo meu notebook.
E não tinha erro ...
senha 1 2 3 4 5 6 7 8 !!!
Mas meu computador
não assimilou de forma alguma.
Mas o problema , na verdade
estava no cartão de memória que coloquei dias antes.
Com a câmera prata ,
o download aconteceu como sempre.
O cartão estava algum
tempo guardado e, possivelmente, corrompido.
E depois lembrei que
, ao tentar filmar com esta câmera preta, em Marajó, ela interrompia
a filmagem, alegando
"cartão lento".
Nunca havia acontecido isto ... "cartão lento".
Nunca havia acontecido isto ... "cartão lento".
Acho que veio com
defeito ... estava sequelado !!
Só troquei o anterior
por ele pois a sua capacidade permitiria tirar até 60.000 fotos.
Troquei de roupa e
sai novamente.
Tudo muito deserto
... e olha que hoje é sábado !!
Passei pela Praça do
Escoteiro.
Vi uma placa com
direcionamento para o Bairro de Jurunas ... queria tanto ir lá.
E a chuva caindo.
Este espaço dos hangares
é muito bonito e acredito que tenha passado por uma reforma bem recentemente,
dada a conservação do lugar.
Você encontra gastronomia de ponta, moda de várias tendências, artes ... muito legal !!
Saí de lá para conhecer o Mercado Ver-o-Peso, o principal cartão postal de Belém.
Antes da paradinha de
quase uma hora esperando a chuva estiar, sob as barracas de roupas,
principalmente, camisas de times de futebol ...
Só não entendia
porque me olhavam como um ser extra-terrestre.
Fui ver se haviam
souvenires e o óleo de copaíba pedido pela mamãe.
Já ia dar 17 horas e percebi que o comércio começava a se recolher.
Já ia dar 17 horas e percebi que o comércio começava a se recolher.
Fui lá por dentro
mesmo, ate chegar ao mercado de ferro de Ver-o-Peso ... aquele prédio azul com
torres das fotos de Belém.
O verdadeiro símbolo
da feira de Ver-o-Peso e de Belém do Pará.
Um painel gigante ornava uma parede próxima , de cima a baixo , na fachada de um prédio.
Tirei foto dos barcos
próximos e do forte do Presépio , mais distante.
Montei o tripé e sai
para sair em algumas fotos.
Queria sair em frente
ao Ver-o-Peso , é claro.
De repente , um rapaz
, como ave de rapina , se lança sobre minha câmera preta , com tripé e tudo , e
sai correndo.
Eu cheguei a pensar
que era (absurdamente) uma brincadeira de mal gosto , mas era real e eu sai
correndo atrás dele , gritando "ladrão , ladrão".
A câmera caiu da mão
dele e ela se desprendeu do tripé , que o ladrão jogou longe,no meio da rua.
O cara conhecia tudo
aquilo ali ... entrou numa feira de barracas, ainda muito movimentada, onde eu
o perdi de vista.
Lamentei mais a perda
da memória contida na câmera do que ela em si.
Mas como sei dos
riscos (sempre) , permanentemente , carrego mais duas câmeras e ainda meu
celular.
Tudo o que fotografo com uma câmera , fotografo com as outras.
Assim a perda não foi
total ... a câmera prata , de ângulos
talvez um pouco diferentes , tem os lances de um mesmo local , das imagens
levadas com a câmera levada pelo ladrão.
O susto em si, é
muito ruim , mas faz parte da aventura , é previsível que isso possa acontecer.
Disse que pra minha
sorte eu não havia posto a câmera na mochila pois senão ele tentaria (e, certamente,
conseguiria) tirá-la de mim, cortá-la e até me agredir.
Informou que ir até aquele local, às 17 hs , em dia não útil e de chuva, é pedir para ser roubada.
Ainda mais sendo
mulher e estando sozinha.
Disse que eu deveria
voltar no meio da semana ou num dia de céu mais aberto ... terá mais gente nas
ruas.
Eu expliquei, então ,
que trabalho de segunda a sexta e que fui à Belém , exatamente , por ser um
feriadão.
Não poderia esperar o
tempo melhorar e se não tirasse as fotos agora , não as tiraria mais.
Que eu fosse lá ,
pelo menos de manhã.
Vou lá , amanhã de
manhã !!!
Fiz um boletim de
ocorrência para formalizar o fato.
Começou a anoitecer e
voltei para o hostel.
Belém, 31 de março de
2013. Domingo.
Domingo de Páscoa e
meu último dia em Belém.
Acordei às 08 horas e
tomei o café-da-manhã , me preparando para fazer o check-out.
Eu deveria mesmo ter
perguntado , mas acho isso tão grosseiro !!
Eles cobram R$ 5,00
para guardarem sua mochila ou malas num depósito (grande armário), após o
check-out e o acesso a este local é feito somente por funcionários do hotel ...
mais seguro assim.
Saí às 10 hs e fui ao
Supermercado Y.YAMADA comprar pilhas palito (AAA) pois a câmera que usava
bateria foi extraviada.
Uma grande feira
estava montada na Praça da República, ao lado do Teatro da Paz, com a
luminosidade de um sol, muito, muito, muito mais movimentada que ontem.
Comprei três pulseirinhas e um enfeite para o cabelo, tipo um penacho.
Comprei três pulseirinhas e um enfeite para o cabelo, tipo um penacho.
No Ver-o-Peso comprei
o óleo de copaíba da mamãe (não poderia esquecer) , alguns postais e souvenires
para casa em cerâmica marajoara.
O comércio lá começa a fechar entre 12 e 13 horas.
O comércio lá começa a fechar entre 12 e 13 horas.
Somente neste segundo
dia visitando a feira de Ver-o-Peso entendi o quanto é perigoso ser turista em
Belém.
Com minha outra
câmera na mão, a prata , era novamente observada com atenção , por todos ,
ocasião na qual algumas pessoas me advertiram de ser (novamente) roubada.
A resposta era
unânime : "não vá lá , é perigoso!!"
E ele estava ali, tão
pertinho !!
Me orientaram a pedir
ajuda a um dos policiais que circulava por ali.
O mesmo conversava
com comerciantes da feira.
Pedi a gentileza de
me acompanhar até o Mercado de Ver-o-Peso, uns 100 metros dali , para eu tirar
só uma foto.
O policial (que era
de alta patente , um chefe , pois outros batiam continência para ele todo o
tempo) concordou mas pediu que eu aguardasse pois estava esperando a chegada de
uma guarnição em diligência, onde destacaria alguém para ir até lá na frente
comigo.
Nesse meio tempo, um comerciante se aproximou , pediu licença por estar sem camisa e se identificou como um representante dos comerciantes de farinhas de Ver-o-Peso.
Nesse meio tempo, um comerciante se aproximou , pediu licença por estar sem camisa e se identificou como um representante dos comerciantes de farinhas de Ver-o-Peso.
pediu ao policial
providências emergenciais por conta dos roubos frequentes no local, o que está prejudicando a
comercialização dos produtos.
Ele ainda declarou
que a violência no local é comum, que faz parte, que eles convivem bem com
isso, mas só que neste momento, excedeu ao tolerável e que eles já não tem mais
público para a venda.
Alega que está a
beira da falência !!
Pára tudo ... jura
que eu estou escutando isso ...
Fiquei me sentindo ,
realmente , um ser de outro planeta ... se eu estivesse em Angola ou em
Moçambique, meu estranhamento não seria menor.
No posto policial
permaneci por mais ou menos 40 minutos , aguardando um segurança para a
empresa, até que um jovem policial foi destacado para me acompanhar.
Antes dele se
aproximar de mim, eu estava do outro lado da rua , tirando fotos do Ver-o-Peso,
de longe. Já haviam ums meliantes me observando de longe, do mesmo lugar de
onde veio o ladrão (ontem) acompanhando meus movimentos e, certamente,
analisando a possibilidade de faturar mais uma câmera fotográfica.
Um casal de orientais
estava indo na mesma direção e ninguém , nenhum dos policiais , os advertiu do
perigo.
Até que a moça se
voltou pra gente e perguntou se era seguro ir até lá na frente.
Então ele (o
policial) disse a condição real daquele trecho com relação à segurança , e o
casal resolveu tomar um ônibus.
Só eu mesma não havia
feito a pergunta chave, a de R$ 1.000.000,00 ... lá é perigoso ...
Mas eu estava tão
extasiada com o colorido daquilo que , realmente, nem vislumbrei qualquer
ameaça.
Voltando ao retorno
ao Ver-o-Peso, quando o policial se aproximou de mim e nos dirigimos para o
local das fotos, o meliantes que antes me aguardavem, saíram correndo.
Tirei então as fotos
que eu queria da estrutura em ferro pintado de azul.
Ela fica logo ali do
lado , para quem vai subir para a Feliz Luzitânia.
Ele disse que talvez
estivessem pensando que eu estava tentando reconhecer , identificar alguém.
Agora sim , uma foto
do Ver-o-Peso !!!
O policial perguntou
se eu queria a companhia dele para ir até a Feliz Luzitânia.
Eu agradeci e informei que não era certo ele se dedicar a uma visitante da cidade , pois não era meu guarda-costas.
Seria um absurdo eu aceitar esta proposta ... uma
escolta em Belém do Pará ... só para mim !!
Eu agradeci e informei que não era certo ele se dedicar a uma visitante da cidade , pois não era meu guarda-costas.
Voltamos ao posto
policial.
O local tinha vários
funcionários da limpeza pública de Belém e policiais femininas também ... fui
até lá , por que não ...
O Forte do Presépio
estava fechado , não por ser domingo , mas por ser feriado de Páscoa, e só
reabrirá na próxima terça-feira.
Ele faz parte do
Complexo Feliz Luzitânia, composto também pela Igreja da Sé (a catedral de
Belém do Pará) e pela Casa das 11 Janelas.
Esta última , Espaço Cultural Casa das Onze Janelas - foto abaixo - adivinha (??) ... fechada por causa da Páscoa.
A Praça Dom Frei Caetano Brandão é muito bem tratada e tem ainda como atração o Museu de Arte Sacra (Igreja de Santo Alexandre).
Tirei muitas fotos no Complexo Feliz Luzitânia , pelo menos isto.
Uma viatura da
polícia turística no local me desestimulou a visitar o Mangal da Graças pois, por
conta do calor e umidade vinda do rio , o parque fica com uma espécie de névoa.
Falaram que mesmo indo de ônibus ou táxi até lá, a área é frequentada por usuários de drogas e estou na desvantagem de estar sozinha.
Acima o Museu de Arte de Belém do Pará.
Falaram que mesmo indo de ônibus ou táxi até lá, a área é frequentada por usuários de drogas e estou na desvantagem de estar sozinha.
Acima o Museu de Arte de Belém do Pará.
Fiquei chateada de não ir lá , particularmente o local que mais queria conhecer em Belém.
Desci a Praça do
Relógio (ainda sem muito movimento) para pegar ônibus para o Santuário de Nazaré e o Museu Emílio Goeldi.
Uns cinco minutos e
eu já estava lá.
Fotografei o Museu
Emílio Goeldi de fora.
No McDonald's parada
obrigatória para recarregar a bateria, claro, com o tradicional McLanche Feliz.
Ah .. mas também a
quantidade de batatas fritas equivale ao que era, antigamente, a pequena.
Hoje , eles vendem
como pequena , o que é mini porção de batatas .... naquela envólucro de papel
mais resistente. Lá ainda usam aquele saquinho ... que não existe mais no RJ. Mesmo na Europa , o
McLanche Feliz não chega a R$ 18,00.
Depois do lanche fui
à Igreja de Nazaré e seu belíssimo santuário.
A principal festa de Belém é o Círio de Nazaré !!
A linda basílica recebe , anualmente , a procissão do Círio de Nazaré no segundo domingo do mês de outubro.