O Caminho de Caravaggio (ou "caminhos") é um percurso de longa distância no qual se percorre 200 km por vias de acesso (ruas, estradas, rodovias), quase todas rurais, atravessando 5 municípios da Serra Gaúcha ... Canela, Gramado, Caxias do Sul, Nova Petrópolis e Farroupilha.
Costumam chamar "caminhos" pois se considera o percurso iniciado do Santuário de Nossa Senhora de Caravaggio de Canela ao de Farroupilha, assim como o inverso, a caminhada ou pedalada do Santuário de Nossa Senhora de Caravaggio de Farroupilha ao de Canela.
Caminho e a seta amarela, indicadora de direção. |
Percorreremos lindas paisagens naturais, estradas de terra, morros, vales, cruzamos rios e suas pontes ... acontece algum trecho urbano (asfaltado) de pequenas vilas e povoados, igrejas, quase sempre com a natureza de áreas florestais, cultura de grãos, pomares, campos pecuários, etc.
O caminho está aberto todo o tempo.
Olha que bucólica esta cena. |
Conforme associação do Caminho de Caravaggio ao Caminho de Santiago de Compostela, os quilômetros aqui percorridos, servem para abater (completar) na peregrinação que acontece na Europa. Isso é bem interessante. E aqui, como lá, tem a concessão de um reconhecimento por escrito, o certificado da peregrinação. Independente de desejar ir ou de já ter ido a Espanha realizar tal peregrinação, o Caminho de Caravaggio é único, tem sua beleza própria, um momento de reflexão, de autoconhecimento, além de um interessante exercício físico a todos os participantes.
No geral, pelo que estudei antes de fazer, é preferível no período de primavera, maio e abril.
Não chove tanto neste período e as temperaturas estão amenas. Consideremos que o corpo ficará exposto ao tempo (sol, chuva, calor, frio, vento) durante algumas horas de caminhada, de uma pousada a outra, de um ponto de partida ao de chegada, de cada trecho. Ir no verão, ainda que estejas na Serra Gaúcha, pode ser incômodo. Se falarmos com relação a fazer o "caminho" na estação do inverno, então, nem se fala.
Passaporte de Peregrino
sem carimbos
A dinâmica do caminho é avançar pelas estradas, de um santuário ao outro, sinalizando no Passaporte de Peregrino (a credencial dada, com o guia, pelo Centro de Informação Turística) através de carimbos, o percurso.
Existem alguns pontos de apoio (assim chamados) que são edificações devidamente identificadas por placas e painéis onde se é possível encontrar estes selos ou carimbos. Considerando o caminho dividido em 10 trechos e para receber a certificação final no santuário, você deverá ter no mínimo, 20 carimbos. Ou seja, 2 carimbos a cada trecho/dia do percurso, comprovando que você esteve por ali. O carimbo poderá ser solicitado em qualquer lugar ... rs.
Espera.
Meu Passaporte de Peregrina no final do percurso, completinho. |
Quero dizer que não tem lugar próprio para carimbar, fora os pontos de apoio. Mas é claro que, as pousadas que são indicadas para a parada e descanso dos Caminhos de Caravaggio, estão habilitadas para este fim.
Se passar por alguma igreja, algum museu, lanchonete não custa nada perguntar. O carimbo propriamente dito, não tem um logotipo, um desenho, uma informação que tenha um fim de identificação. O carimbo pode ser de um comércio, com CNPJ e o nome do bairro ou cidade ao qual pertença. Eu consegui carimbar em alguns supermercados, lojas de materiais de construção e de artigos esportivos. Ou seja, o carimbo serve somente para comprovar que você passou por ali.
O Guia de Peregrinação é uma ferramenta essencial pois nos ajuda a programar, dia a dia, o avançar. Alí está a altimetria do relevo, o grau de dificuldade do percurso, a distância, os serviços (restaurante, assistência médica, pousadas, etc) que serão disponibilizados dentro de cada trecho do caminho.
Exemplo de seta amarela (indo a Farroupilha) |
E como funciona, então ? É só seguir as setas .... amarelas (para quem vai no sentido Canela para Farroupilha) ou azuis (para quem vai de Farroupilha para Canela). E elas estão em todas as partes, em postes, árvores, em pedras, nas edificações, no chão ... pintadas a tinta ou presas, suspensas. Tem como se perder ?
Definitivamente, não tem como se perder !!
E a associação está em permanente manutenção desta sinalização.
Exemplo de seta azul (indo para Canela) |
Medo ? Não, eu não tenho. Todos os caminhos que realizei na Europa eu os fiz sozinha. E Europa é mais seguro ? Talvez. Mas não havia sentido qualquer tipo de medo em me propor a fazer meu primeiro caminho nacional sozinha.
Embora eu tenha me programado para realizar o caminho sozinha, acabei encontrando umas meninas e tive companhia, encontrando um aqui, outro ali.
E as pousadas ? Este é um outro detalhe importante. Diferente do que acontece no Caminho de Santiago de Compostela, as opções por aqui são, infinitamente, mais limitadas. Inclusive, por conta desta limitação, é sempre bom definir onde será sua parada para reservar uma cama/quarto num destes locais, no fim de cada trecho percorrido.
E é possível contatar cada uma delas, com antecedência, confirmar o serviço prestado e garantir um cantinho quentinho e seguro para recompor as energias e seguir a jornada no dia seguinte.
Para mais informações acesse: caravaggio.org.br/caminhos-de-caravaggio/guia-do-peregrino
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