terça-feira, 30 de julho de 2013

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Diário de Viagem ... Fortaleza !!!

Fortaleza, 24 de Maio de 2013.     Sexta-feira

Cheguei ao aeroporto às 01:50 hs da madrugada e ficaria por ali até o amanhecer.


Estou ansiosa pois, 
quando comprei a passagem para Fortaleza, só ouvia falar de praias paradisíacas, de muito sol,
de tranquilidade ... tudo para tirar a má impressão de viajar pelo Brasil depois do furto da minha câmera em Belém
do Pará.

Acontece que, com a proximidade da data de embarcar, outro quadro surgiu ... o de uma capital brasileira violenta, sobretudo com os turistas que visitam o lugar, nas ruas , nos transportes públicos ... com armas de fogo e até faca.
Li alguns relatos de viajantes (os considero de grande valor, muitas das vezes).
Relatos chegavam a dizer"vá a qualquer lugar, menos à Fortaleza" ... "Não recomendo" ... Não vá , a cidade é sem
lei" e outras coisas deste tipo.
Uma amiga esteve por lá recentemente, informou que as ruas são muito desertas mesmo durante o dia.

Contou experiências de pessoas que ela conheceu lá ou parentes que passaram situação de ameaça e roubo.
A Praia do Futuro é uma das mais perigosas , até mesmo no acesso até lá , por ônibus.
Nas areias , a atenção precisa  ser redobrada.
Eu estava , realmente , preocupada com o que me aguardava em Fortaleza.


Principalmente, por viajar sozinha e sendo mulher. 
De qualquer forma, esperaria até o amanhecer para traçar o panorama do mundo externo ao aeroporto, que considero, indiscutivelmente, sempre seguro. 
Pode parecer ridículo , mas pela primeira vez, e depois de ter conhecido quase a metade do mundo, cheguei a pensar em passar os três dias ali, e retornar ao Rio de Janeiro, naturalmente.
Além de seguro , um aeroporto internacional nunca fecha e tem banheiro além de locais para alimentação ... era tudo o que eu precisava, psicológica e fisiologicamente.
Ao amanhecer , o Centro de Informação Turística e a recepcionista informou não terem nenhum mapa da cidade para oferecer ... só tinha mapa para a cidade de Jericoacoara. 
Pode ?

Ainda, antes de ganhar a rua passei no posto policial do aeroporto e me disseram que a questão da segurança na capital cearense está um pouco conturbada neste momento.
A orientação é evitar andar sozinha, à noite e não devo ostentar joias (sobretudo as de ouro ou douradas) e câmeras fotográficas e celulares.
Disseram ainda que entre a Praia de  Iracema e Mucuripe tem policiamento na calçada e que os furos que ocorrem lá são sempre sem armas ou outros tipos de violência os ameaça física para que os meliantes escapem do flagrante.
São espertos estes cabras !!

Saí do aeroporto e avisei em casa , que havia chegado bem.
Dali mesmo tomei a linha PARANGABA (que finaliza dentro de um terminal de ônibus e permite migrar para outra linha sem pagar nova passagem, e de onde deveria embarcar no ônibus CASTELÃO ... é que eu , para não perder tempo,  estava indo , com bagagem e tudo para o principal e recém inaugurado estádio de Fortaleza.
Tirei umas belas fotos lá ... tudo ao redor estava em obras !!!
O local era num bairro residencial e o horário permitia observar muitos estudantes indo e vindo de suas aulas.


Peguei um ônibus para PARANGABA , o terminal (novamente) e daí uma condução para o hostel - destino MUCURIPE.
Desci um pouco distante, umas quatro quadras do hostel , mas fácil identificá-lo logo, numa esquina. 

Fiz o check-in no Fortaleza Hostel e paguei os 50% restantes das diárias que havia reservado pelo site (R$ 35,00) no cartão de crédito.
Fui para meu quarto (3 camas) e fiquei sozinha para me organizar, tomar um banho, trocar a roupa, almoçar.
Saí em direção ao centro sem minhas câmeras fotográficas, só o celular.
Nem bolsa ou mochila foram usadas, só os bolsos do meu short.
O hostel é pertinho do centro de Fortaleza, onde estavam as principais atrações, e entre 10 e 15 minutos eu já estava lá.
As ruas, mesmo neste horário da tarde (umas 14 horas e pouca) estão com pouco movimento.
No litoral, achei tudo mais vivo e movimentado.
Fui à Igreja do Pequeno Grande, a Sé de Fortaleza e uma feirinha "arretada" nos arredores.
Passei no Mercado Central para analisar os produtos e preços das lembrancinhas.
De lá fui direto ao Forte de Assunção ou Fortaleza de Nossa Senhora de Assunção , mas ele já estava fechando.

Olha só que bonito na foto abaixo.

Me orientaram a voltar amanhã, no sábado, entre às 09 e 11:30 hs, para acesso e visitação nesta área fundacional da capital cearense. sobre a história Fortaleza, pelo que li, surgiu à partir deste local.
Voltarei amanhã, mais cedo, então.
Passei , na volta para o hostel, pela entrada do Centro de Cultura Dragão do Mar.
Vai ter show de rock logo mais !!
Tem uma rua lá , sei lá ... TABOSA alguma coisa, que é uma espécie de vitrine de moda com diversas lojas de alta costura e moda fina.

No hostel, preparei meu jantar.
Antes havia passado num supermercado da Rede Pão de Açúcar, umas 5 quadras do hostel.
Assisti o Jornal Nacional e fui dormir.

Fortaleza, 25 de maio de 2013.  Sábado

Logo de manhã, após o delicioso café-da-manhã do hostel, fui para a Praia de Iracema, tirar a foto da musa da capital cearense.





Muita gente à beira mar, banhando-se (embora suas águas sejam impróprias) e se exercitando. 
A estátua de Iracema, a "guardiã" é exatamente como imaginei.
As fotos foram feitas somente com o celular ... ainda sem me sentir segura para sair com a câmera.
A Ponte dos Inglêses lá ao longe.
Voltei ao hostel e peguei a câmera para ir ao Forte de Fortaleza.

O local tem muita história, num grande prédio na entrada e jardim de frente.
Nossa Senhora de Assunção também tem seu templo lá, um bem cuidado espaço, protegido pelo Exército do Brasil.
O Mercado Central , onde acontecem apresentações artísticas, a degustação dos principais pratos típicos do Ceará, e as compras mais desejadas pelos visitantes, fica logo à frente.
Na Fortaleza de Nossa Senhora de Assunção , área de início da criação da cidade e um lugar a ser visitado também.
Tem uma parte, na qual descemos para observar a cela na qual ficou prisioneira, Bárbara Alencar.
O rapaz (militar) que me acompanhou como guia na visita, não sabia nada sobre a história dela, a prisioneira ... nem a santa símbolo do forte ele conhecia. Ele pensou que fosse Santa Edwiges !!
Depois pesquisei mais sobre este tema.
O garoto, diga-se de passagem, serviu mais como sombra do que como guia.
Esta expedição é gratuita.
Logo após , fui ao Mercado Central e efetivei as comprinhas básicas de toda viagem ... mas planejadas, desde o dia anterior... e dá-lhe cartão de crédito ... deu tudo certo !!
Voltei para o hostel com as compras.

Tomei banho , pois aqui é mesmo um calorão ... almocei e voltei ao centro para visitar o Museu do Ceará, com entrada gratuita, e dois andares que contam a história do Estado ... tem estátua de Iracema, jangada, tronco de escravos, maquete da formação das vilas iniciais, etc.







Saí de lá em busca da Praça e Theatro José de Alencar ... umas quadras dali.
A Praça é cheia de vida: muita gente grande, muita criança, comércio ambulante, música, comida de todo tipo.
A estátua de José de Alencar, observando tudo , sentada do alto de seu pedestal.
Quem procura, à partir da praça, não encontra nada parecido com o teatro de ferro e vidros coloridos.

Mas quando você atravessa uma elegante edificação em tom  amarelado, que mais se assemelha a um prédio de funcionalismo público ... você encontra a pequena joia que é o Theatro José de Alencar.
Lindo !
Lindo !
Lindo !
Completará este ano, em junho próximo, 103 anos de idade, com o frescor da juventude.





A visita é gratuita e foi realizada pelo guia Vladimir. 
Ele comentou a necessite de obras, o que já estava previsto pelo governo do Ceará, mas que passou para segundo plano, por causa da construção (reforma) do Estádio Arena do Castelão.

O guia disse que, originalmente, o teatro só tinha a parte metálica, mas para evitar que pessoas que passassem do lado de fora assistissem a apresentação, ele foi construído na parte posterior de uma edificação mais convencional (o prédio amarelo).
Agora o ferro atua com o vidro.
O guia (engraçado como quase todos os cearenses) disse que  a tribuna de honra e os dois que formam suas laterais, são os melhores locais para assistir ao espetáculo.
Sentando-se em qualquer outro lugar haverá uma das colunas de sustentação na frente de alguém, de uma das pessoas do camarote.

E se não for isso, como os cearenses (disse o guia) tem uma cabecinha meio avantajada, certamente, atrapalharão a visão de alguém que esteja sentado mais atrás.
Todo mundo riu, é claro, o senso de humor deles é imbatível !!
Nos mostrou que cada uma das divisões de acessos de parte superior do teatro, tem o nome de uma das obras de José de Alencar, como por exemplo, Iracema, Senhora, Lucíola.

Explicou que ainda nos dias atuais, famílias se "degladiam" para ocupar o camarote "Lucíola".
É surpreendente , pois num passado bem recente, este romance era até proibido para as mocinhas de família.
O romance Lucíola era tido como desvirtuador.
A parte metálica veio toda de Glasgow, na Escócia, ornamentada com os mesmos detalhes (arcos e motivos florais) utilizados num dos grandes barcos daquela época , o TITANIC. 
Ele foi inaugurado mais ou menos no mesmo tempo do teatro.
É só comparar ... o Theatro Jose´de Alencar tem 102 anos ...o naufrágio do Titanic completou, ano passado, um século.
Até dá para lembrar as imagens do filme que voltava do presente ao passado, frequentemente, e vice-versa.
O estilo do prédio de espetáculo do Theatro José de Alencar é Art Nouveau.

Já o prédio de frente, tem estilo misto, predominantemente, neoclássico.
Os pisos vieram todos de Portugal e embora não estejam impedidos ao tráfego permanente de pessoas sobre eles, nunca precisaram de restauração.
Os jardins do Theatro José de Alencar são assinados por Burle Marx, grande paisagista do século 20, reconhecido por utilizar as árvores e plantas nativas, nas suas composições.
Lá encontramos as carnaubeiras, reconhecidas por aquele estado como patrimônio , o pau-ferro, o pau-brasil ... sim , 
o pau-brasil ... nota-se claramente que ele não se adaptou muito bem ao solo árido do Ceará e por isso ficou pequenininho, mirradinho, não atingindo seu tamanho normal, se estivesse plantado em região de mata atlântica. 
Ao término do passeio guiado, a Praça José de Alencar, assim como a estátua do escritor, já apresentavam menos movimento.
Caia a tarde e eu passei rapidamente pela Praça do Ferreira, coração da cidade e centro financeiro de Fortaleza. 
O relógio estava lá , no alto da torre.
Me advertiram da possibilidade de roubo por ali.
Sai em direção ao Museu do Ceará, caminho que havia feito na ida, agora usado na volta.
Encontrando a Catedral da Sé ... já sabia de cor , o caminho para o hostel. 

Finalizei o dia passeando pelos diversos espaços do Dragão do Mar.



Vi o observatório , os cinemas, algumas salas de exposição e os bares que formam, com as cores de suas cadeiras, um arco-íris que nos convida a sentar e deixar passar o tempo.
Até samba tinha ... a bateria da Estação Primeira de Mangueira tocava alto ... e pensar que eu havia levado a minha camisa da Mangueira comigo, nesta viagem ... mas ela estava na mochila , no quarto do hostel.
Voltei para o albergue e comecei a arrumar a bagagem , pois amanhã parto de Fortaleza ... mas melhor é que antes disso, sairei para o passeio da três praias: Beberibe (Morro Branco), Praia das Fontes e Canoa Quebrada.
Detalhe: pequena preocupação da hora que vou chegar ao hostel após o passeio, lá pras 19 horas e terei de ir à noite para o aeroporto.
Por sorte minha, o voo só sairá depois das 23 horas.
Jantei e deixei tudo organizado, pois o transporte com o guia nos buscará (eu e mais dois hóspedes) às 07:00 hs da manhã.

Coloquei o relógio para despertar às 06:30 hs e o rapaz do Hostel Fortaleza, o Marcio, disse  que quando acontece este tipo de evento o pessoal do staff antecipam o horário do café da manhã.
Normalmente o café é das 07 às 09 hs , mas seria disponibilizado à partir das 06:30 hs para que pudéssemos, também aproveitá-lo, embora não havia garantia que o mesmo esteja completo, 100% do que está programado. Mas já valeu, é claro, só ganharam pontos comigo !!

Fortaleza, 26 de maio de 2013.       Domingo


Assim, saímos os três na manhã do dia seguinte , numa van.

Paramos num posto de gasolina para  abastecer.
O nosso guia, o Jordan, se apresentou, substituindo o rapaz que foi nos buscar no hostel. 
Saímos em definitivo por volta das 07:30 hs, após recolher algumas pessoas em outro hotéis e pousadas.
Passamos pelo meio do Parque Nacional do Cocó.  
O guia contou a história do local. 
Disse que mulheres iam todos os dias , às margens do Rio Cocó, para lavar roupas.
O nome COCÓ , vem de coque pois as lavadeiras, em grupos, passavam parte do tempo ajeitando os cabelos umas das outras, com este tipo de penteado.
Coque no nordeste do Brasil , é chamado cocó ... daí e por conta desta história, os governantes resolveram dar o nome a este ... o maior , senão um dos maiores parques urbanos do Brasil.
Uma homenagem àquelas gentis mulheres do passado !!
O guia falou da "mulher estragada" (vulgo gastadeira), que compra o que nem sempre precisa e acaba estragando as coisas sem nem usar.
Perguntou se havia alguma destas na van ... claro, algumas se revelaram. 

Falou do "homem estribado" ... sujeito cheio dos recursos financeiros.
O nome veio de estribo, aquilo usado em montaria a cavalo, não o estribo de obra, como muitos podem pensar.
Longos tempos atrás , o estribo costumava ser deixado na frente da casa dos coronéis, proprietários de muitos cavalos ... ao se passar pela entrada desta fazenda, se comentava "que homem mais estribado" !!
O Jordan disse que o cearense é conhecido pela sua cabeça plana na parte mais alta, além de graúda, um formato peculiar.
E por seu senso de humor, que como já disse, é realmente notável ...
Pediu para que, se alguém quisesse fazer xixi , ao invés de dizer que quer fazer  número 1 ... informar que quer fotografar o jegue !! 
Mas se, na verdade, quiser fazer o número 2, pedir para filmar o jegue (pois este procedimento requer mais tempo do que fotografar).   
Só uma questão de lógica , né ...
Fizemos uma parada em Aquiraz, na feira de artesanatos das rendeiras, para umas comprinhas.
Deu para ver as mulheres trabalhando na confecção de seus produtos ... um trabalhos lindo ... me lembrei meu tricô !!

Depois seguimos para Beberibe, um trajeto longo, escutando música de boa qualidade , na van.
O transporte era bem confortável e com ar condicionado para amenizar a sensação da alta temperatura lá fora.
O céu estava com nuvens, porém abrindo para o sol.
Em Beberibe paramos no local de contratação de buggies ... opcional para quem quisesse, é claro.




Custa R$ 40,00 e permite ir até Morro Branco, onde estão as falésias de Beberibe. 
O lugar é detentor de 12 colorações distintas de matéria prima usada pelos artesãos nos desenhos feitos naquelas garrafinhas de vidro ... são nuvens, coqueiros, praias, sol ... detalhes deste paraíso chamado Ceará.
Cada garrafinha , um cenário distinto.
Um visão mais maravilhosa que outra dentro de frasquinhos ... coisa de sonho , muito lindo !!
As falésias estão 30 metros acima do nível do mar ... fazem parte de uma reserva conservada pelo Estado, como patrimônio natural.
Ali tem um farol, não cilíndrico, como normalmente são ou conhecemos.
Sua estrutura tem quatro lados, na parte superior o farol é plano, não é aquela semi esfera.

O guia do passeio nas falésias, o Wellington, disse que o farol tem este formato por ter sido construído no Ceará por cearenses ... com aquela cabecinha avantajada e plana no alto como todos os conterrâneos.
Disse ainda que Michael Jackson esteve por ali, tempos atrás, e que o lugar ganhou este nome por causa dele.
Ele, o Michael, contando sua história, disse que nasceu preto: "sim , eu nasci preto ... mas morro branco, morro branco".
Daí ... Morro Branco !!







Do outro lado das falésias , descemos na Praia de Beberibe, onde nossos "bugueiros", particularmente o nosso , o Ivanildo, nos aguardava.

Eu passeei de buggy com mãe e filha cearenses da cidade de Caucaia.
Depois partimos para a Praia das Fontes , pois existem diversas delas ao longo da faixa de areia.
O buggy corria a toda pela beira da praia ... isso sim é aventura !!






 Woohoo !!
Chegamos depois de poucos minutos, e visual deslumbrante, a Gruta de Açucena , onde a novela "Tropicaliente" teve algumas cenas de romance gravadas.

O local é realmente fabuloso.

Pena que muitos grupos pararam ali ao mesmo tempo  o que congestionou bastante o pequeno espaço.
Quase não deu para fotografar a fonte dentro da gruta.
Tirar uma foto ao lado dela , nem pensar !!
Só pegando "senha" e entrando na fila.
Tinha umas 30 pessoas ao mesmo tempo, lá dentro.
Havia entrada para outras grutas, menos glamourosas , mas a vedete do local é mesmo a Gruta de Açucena.

Mais metros e assim quilômetros percorridos na lindas areias do Ceará até o buggy parar em outro ponto da Praia das Fontes.
O buggy subiu em carreira pelas dunas e num momento, poderia jurar para vocês, tive a impressão de que ele iria virar.
Mais woo-hoo !!!
Cheguei a ensaiar uma entrada estratégica na área de proteção do veículo.
Num outro momento, ainda quando íamos para a Praia das Fontes, cheguei a cair sentada dentro do buggy.
Mas tudo bem ... se eu não queria aventura seria melhor ter ficado esperando na van com o Jordan.
Passamos por diversas daquelas torres que captam energia eólica.
A Praia das Fontes nos leva até o grandalhão Lago Uruaú , com suas águas quentes e areia às margens.



Uma parada de somente 20 minutos (o que será que passa na cabeça dos guias de turismo quando fazem propostas como está)
Teve gente que mergulhou ... eu fiquei tirando fotografia dos coqueiros, dunas e tudo mais de belo (quase tudo) que o local oferecia.
De lá, o louco do nosso "bugueiro" saiu em disparada (novamente, pois isso era o que ele fazia de melhor) para nos despachar na van, onde o nosso guia Jordan, já nos aguardava.
De van, teríamos mais uma hora e meia até Aracati, onde está a famosa praia de Canoa Quebrada.

Dava até tempo para dormir , como fez a maioria dentro da van ... mas eu, atenta, não tirava os olhos da paisagem nordestina cearense, do lado de fora do veículo, que eu admirava pela primeira vez !!
Canoa Quebrada é outra história !!
Divino !!





Não é à toa que é uma das mais visitadas praias do Brasil.
Muitas jangadas enfeitam o mar que varia entre o verde e o azul , como se estivesse em camadas.
Paramos à beira da praia para almoçar e permanecemos em Canoa Quebrada por mais ou menos 3 horas.
Você pode escolher o que quiser fazer para otimizar seu tempo.
Dá até para contratar uma jangada por 30 minutos (R$ 10,00) e se afastar 300 metros da praia.
Tem possibilidade para mais passeio de buggy ir até dunas de 45 metros (R$ 35,00) ... tem ainda ski-bunda, voar num parapente e tirolesa, para que gosta. 
Você tem um leque de opções incluindo admirar a passarela que leva ao principal símbolo da praia ...  a meia lua e estrela (a lua é a fertilidade e a estrela, o amor ... numa , dentre tantas versões). 
Outra versão é de que o símbolo surgiu numa noite de lua crescente em casamento com a estrela D'Alva, fenômeno que acontece todo mês de outubro, quando os dois astros se encontram nos céus. 
Nos anos 70 , Canoa Quebrada virou um verdadeiro paraíso para os hippies ...  e o símbolo LUA-ESTRELA é altamente místico. 



Seja como for, ele é observado em todo canto, até nas calçadas, feito com pedras portuguesas !!
Impossível dissociar o símbolo Lua-Estrela deste cantinho do paraíso.
Curti muito estar em Canoa Quebrada ... recomendadíssima !!
Combinamos o horário de volta e , às 15:30 hs , todos já estavam de volta a van.

É que nosso guia pediu que não atrasássemos pois queria nos levar, na volta à Fortaleza, a conhecer a maior rapadura do mundo, catalogada , inclusive, no GUINESS , o Livro dos Recordes.
Foi só parar uma tapiocaria especial em Pindoretama, e a curiosidade ficou ainda mais aguçada.
Impressionante mesmo ... e eu a toquei sobre o plástico que a cobria , isso sim é rapadura de encher os olhos , e o apetite !!!
Degustamos rapadura, cocada nordestina, cachaça ... e encher as bolsas com estas gostosuras que são vendidas lá.
Tem caldeirão , moenda , uns vasilhames gigantescos ... de outro lado , várias varas de cana de açúcar ... pois tudo é feito ali mesmo.
Veio o entardecer e o sonho foi chegando ao final.

Cheguei ao hostel, já se fazia noite (por volta das 19:00hs) e reorganizei minha mochila para pegar o ônibus e me direcionar ao aeroporto.
Tudo deu certo ... que alegria ... amei o Ceará !!