domingo, 19 de setembro de 2010

Diário de viagem ao Paraná

Curitiba , 04 de setembro de 2010.

Embora tenha pensado bastante nos prós e contras de ir para o Paraná de ônibus , afinal a distancia era grande demais (14 horas) , me possibilitaria passar quase 4 dias inteiros por lá. Com avião , numa passagem promocional (R$ 350,00 e considerando que era apenas um final de semana prolongado) eu perderia quase dois dias pois sairia sábado a noite (21:00 hs) e retornaria para o Rio na terça-feira (feriado de 7 de setembro) pela manhã.
Por estar acostumada a fazer este tipo de aventura , eventualmente , nas viagens que faço ao exterior (com mais tempo disponível) a longa viagem do Rio de Janeiro para Curitiba seria no decorrer da noite.O clima austral havia começado já no ônibus da Viação Penha (R$ 78,00 a ida e R$ 78,00 a volta) com a apresentação do motorista aos passageiros (um sotaque bem carregado) que me levou a defini-lo como um possível paranaense ... que legal !!
Dormi um pouco durante o trajeto e somente na segunda parada do ônibus resolvi dar uma descida. Parece que a cidade se chama Registro , ainda estamos em São Paulo. A primeira parada costuma
ser em Resende , no Estado do rio de Janeiro. Tomei um maravilhoso café da manhã … nada diferente do que costumamos ver por aí .. só que bem mais caro , claro !!
A loja faz parte da rede Graal e é bem servida , tem café , chá , chocolate , refrigerante. Pelo friozinho escolhi um bom chocolate (R$ 2,00) , salgado (R$ 3,70) e arroz doce (R$ 4,00).
O tempo está bem nublado.
Vi a primeira araucária , uma única em horas de percurso !!!
Depois percebi que ainda não havíamos chegados ao Estado do Paraná.
Cheguei à rodoviária às 11:00 hs da manhã e procurei o Centro de Informações Turisticas em busca de um mapa. Telefonei para casa para\dar notícias da boa chegada.
Resolvi , antes de ir para o albergue , que era pertinho de lá , comprar as passagens de ida e volta (R$ 23,00 para ir e R4 22,00 para voltar) para Ponta Grossa (de onde seguirei para visitar Vila Velha) e de somente ida para Morretes (R$ 66,00) , atravessar parte da Mata Atlântica no famoso trenzinho. Só nisso perdi mais de uma hora , a fila para atendimento no guichê da Viação Graciosa dava volta. Que bom pude efetuar o pagamento com cartão de crédito.
Fui caminhando para o albergue Roma Hotel , uns 10 minutos. Fiz o check-in (a diária em quarto coletivo para associados custa R$ 28,00 com café da manhã incluído) , deixei as mochila no quarto e fui preparar um macarrão tipo “miojo” , bem rápido e prático.Sai em seguida com direção ao Centro Histórico. Pra aquela direção me dirigiria também para o estádio do Coritiba e descobri que usar a camisa do Flamengo pode se tornar um grande problema. Algumas pessoas me advertiram no caminho e decidi tirar umas fotos rápidas para que ninguém se sentisse provocado. Dito e feito.Passei pelo Museu do Trem , pelo Centro Cívico , Passeio Público , Memorial Árabe , Rua das Flores … ah , a Rua 24 Horas está fechada em reforma da prefeitura. Dei uma olhada no Teatro Guaíra , uma grande praça florida e do outro lado , a UFPR (Universidade Federal do Paraná) , eu não sabia , mais antiga universidade do Brasil. Conheci o Espaço Cultural da Caixa Econômica Federal.
A noite ao voltar para o albergue , acessei a internet.


Curitiba , 05 de setembro de 2010.

Hoje a passagem de quase todos os ônibus é somente R$ 1,00. Resolvi conhecer toda a cidade pois amanhã passarei o dia em Vila Velha (Ponta Grossa) e na terça-feira , passeando de trem.
Logo após o café da manhã , super caprichado , fui para o MON – Museu Oscar Niemeyer , aquele do “olhão”.Queria ficar uma hora só por lá. Fiquei quase três , pois não dá pra passar correndo por lá. É belíssimo pela fachada , estrutura e por tudo o que tem lá dentro. Até aquele “olhão” é espaço para exposição.
Detalhe , no primeiro domingo do mês a entrada é gratuita.
Saí de lá e segui para o Bosque João Paulo II , pertinho. Mais distante foi o Parque São Lourenço. Dei sorte pois havia uma comemoração por lá neste final de semana , aniversário de 11 anos do parque.
Subi uma avenida próxima que me conduziu ao Ópera de Arame. Olha … é difícil descrevê-lo : todo em estrutura tubular metálica , com vidro transparente , que permite entrada da luz do dia e visualização completa de seu interior (a atração estava fechada para visitação). Para chegar a ele , atravessa-se uma ponte , também em metal tubular , sobre um grande lago. É um espaço para apresentações reais , embora o vidro da sua constituição nos remeta a uma fragilidade. Composto de tudo o que é necessário para um grande evento : palco , cadeiras de platéia , cadeiras especiais , galerias ... construção com andares distintos e até restaurante , na parte mais baixa , no nível do lago. Muito legal mesmo !!!

Depois , subindo para o Parque Tanguá passei por um lugar muito curioso , junto a uma pedreira , com palco gigantesco , para grandes shows. Me lembrou o caráter rústico do local de shows do Rock'n'Rio 1 e 3 , em Jacarepaguá. Que interessante , consegui visualizar a apresentação da banda Iron Maiden naquele espaço. Seria fantástica !!! Tem um pequeno lago , lá também.O Parque Tanguá é muito mais bonito ao vivo se comparado com as fotos disponíveis em mapas , guias e internet. Águas , flores , chafarizes , local para fazer lanche , mirante para observação de cachoeira … só estava cheio demais naquela tarde.
É , pra mim , atração obrigatória em Curitiba.

Do Tanguá (às vezes me confundia com nomes tão parecidos: Tanguá , Tingüi , Barigüi … que cheguei a perguntar por um tal Tinguá … que nem existe lá) visitaria o Bosque do Alemão porém , mal orientada , tomei um ônibus sentido contrário e acabei parando no Parque Barigüi. Neste trajeto vi a Torre de Telecomunicações da cidade , já foi o suficiente pois sabia que não teria tempo de subir até lá.É engraçado que , em Curitiba , parece que as pessoas normalmente perguntadas sobre algo , dizem não saber. Se estão passando na rua e dizem que não sabem , pressuponho que talvez estejam de passagem , que sejam turistas como eu. Se estão num comércio ou conduzindo um ônibus , imagino que moram na cidade e , ainda assim muitos não sabem informar quase nada … estranho. Ainda bem que nós , cariocas não somos assim. Melhor falar que não sabem do que dar informação incorreta. Nos faz perder dinheiro e , o pior , tempo. Do Barigüi tive de voltar para o Bosque do Alemão , que tem uma trinla de Joaozinho e Maria , do conto infantil com momentos escritos da estória escrito numa cerâmica com figuras a cada parada , em forma de chapéu de bruxa. No centro do grande jardim , uma casa de bruxa como nos desenhos e com alguém caracterizado de bruxa a contar pras crianças um conto. Achei a coisa mais meiga !!!
Tem a oratória de Sebastian Bach numa das estradas do Bosque do Alemão e do outro o Portal do Alemão.
Perto dali está a UNILIVRE , uma universidade com conceito alternativo de formação voltada para a educação ecológica e de sustentabilidade. Achei o máximo: mais um laguinho em meio a uma espécie de pedreira , um palco com bancos (como num anfi-teatro) para platéia. Tudo em madeira. Você sobe alguns metros e lá de cima , como num mirante , observa a constituição geral da universidade. Inclusive a escadaria , ou melhor , a rampa de acesso à universidade , as paredes ,as salas de aula , auditório , biblioteca , tudo organizado em madeira. Soube que as madeiras usadas
lá , em tudo , são reaproveitamento de antigos postes de luz da cidade de Curitiba.


Ponta Grossa , 06 de setembro de 2010.

Embarquei às 09:15 hs para Ponta Grossa. Se soubesse poderia descer antes do centro da cidade bem em frente ao Parque Estadual de Vila Velha , pois depois descobriria que o transporte de acesso ao parque é muitíssimo restrito em horário para a visitação. Por pouco , muito pouco , eu não perco a oportunidade de conhecer os arenitos de perto.
Cheguei no parque já 13:30 hs.
Se eu tivesse descido no meio do trajeto , na BR , teria chegado lá às 10:30 hs …. olha que diferença !!
Os arenitos são muito mais interessantes que nas fotos que havia visto ou além de qualquer relato , qualquer descrição que tivesse lido ou escutado sobre eles.
Salvador Dalí teria dito … “isso é surreal”...
É , realmente , um espetáculo da natureza. As cores , as formas. Parecem frágeis , mas já estão lá , sofrendo erosão , faz muito , muito tempo. Destaque , claro , para a TAÇA.
A Lagoa Dourada estava esverdeada e com o tempo nublado ainda perdia mais um pouco do seu esplendor. Ela em em seu fundo uma composição de minerais dourados que quando bem iluminados , refletem luz dourada. Soube que somente no verão , com a maior incidência dos raios solares , ela , de fato , parece a expressão do ouro.
As furnas (1 e 2) estão disponíveis somente para observação externa , pois desmoronamentos interditaram a descida pelo elevador , que nos levariam a aproximadamente 100 metros de profundidade.
O trajeto para cada atração do parque é feito por transporte interno , uns microonibus.
Antes da visitação temos direito de assistir a um pequeno vídeo explicativo das atrações do parque , o que tem de melhor a ser aproveitado , conta a lenda de formação da estrutura geológica de Vila Velha.

Lagoa Dourada e Furnas : R$ 8,00
Arenitos : R$ 10,00
Com direito a meia entrada.

Pena eu não ter chegado lá antes. Foi tudo meio corrido , mas valeu. Um sonho realizado … muito mais do que eu esperava !!
Na saída do parque aguardei por duas horas o ônibus que sairia de Ponta Grossa em direção a Curitiba.


Curitiba , 07 de setembro de 2010.

É … chegou o último dia no Paraná e , haja vista que eu cancelei o passei de trem até Morretes , vou otimizar meu tempo e ver tudo o que faltou em Curitiba … e olha que ainda tem muita coisa a fazer por aqui.
Acordei cedo , tomei aquele café da manhã no Hostel Roma e fui primeiro para o Teatro Paiol , que está em manutenção e , portanto , fechado para visitação. Ainda assim , uma bela construção de formato circular , no centro de um colorido jardim.
Depois (um pouco assustada com as orientações de estar num lugar habitado por marginais) passei por baixo de um viaduto e cheguei ao Estádio do Paraná Clube. Tirei umas fotos com a camisa do “mengão” e segui para o Jardim Botânico. Uma caminhada de aproximadamente 20 minutos a pé,
cheguei bem perto e observei a parte mais alta da estufa de vidro e metal branco. Que coisa mais linda , imperdível mesmo !!
Tem uma ponte na estrada do Jardim Botânico , um lago com peixes e tartarugas.
Tem uma espécie de galpão com lojinhas de artesanato , postais , camisas como recordação de Curitiba … você compra até plantinhas.
Tem lugar para comprar algo para comer.
Tem um outro espaço para observar esquemas , maquetes e fotos com exemplos de modelos de sustentabilidade no trato ecológico.
A estufa , o jardim frontal , o portal em arcos , a fonte com estátua de mulher e criança … tudo é lindo por lá !!!
Você entra na estufa e pode subir para o outro andar , tem plantas diversas lá dentro , até pé de copaíba . Só não tinha araucária , claro , estas estavam lá fora por todo canto.
A visitação é gratuita.
À tarde fui ao Estádio Arena da Baixada do Atlético Paranaense … clima de tensão … poderia eu usar minha camisa rubro-negra ... Usei e tudo deu certo.Conheci o Jardim Japonês e de lá ninguém soube me informar qual condução tomar para o bairro de Santa Felicidade. Perdi um tempo precioso caminhando a pé , até lá , seguindo o mapa. Acabei chegando (novamente) ao Parque Barigui. Passei pelo Museu do Automóvel , onde tirei algumas fotos. Subi uma rampa gigantesca e , até que enfim , bairro de Santa Felicidade , o bairro mais italiano de Curitiba. O Restaurante Madalosso , que já entrou para o Guiness , como o maior do mundo , não parece lá , tudo isso. O Bosque dos Italianos já está fechado há muito tempo , tirei umas fotos lá fora.
Desci o bairro gastronômico e vi algumas construções bem interessantes , de restaurantes , inclusive. Descendo para o Portal do Italianos , me deparei com o Restaurante do Castelinho , bem mais interessante , pelo menos visivelmente , que o grandioso Madalosso.
O Portal dos Italianos é a porta de entrada do bairro de Santa Felicidade.
De lá , começando a anoitecer , me dirigi para o Parque Tingui , queria muito ver de perto o Memorial Ucraniano. Olhada rápida pelo Centro Histórico. Hora de voltar para o albergue , buscar minha mochila pois dali a minutos estaria tomando meu ônibus de volta para o Rio de Janeiro.

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