sábado, 27 de abril de 2013

Diário de Viagem ... Belém do Pará e Ilha de Marajó !!l

Rio de Janeiro, 28 de março de 2013. Quinta-feira

Não sei porque , mas de todos os destinos que fiz no Brasil, o Pará parecia o mais estranho ... mas ainda assim meus pés (e uma aeronave) me levaram até lá !!
Será por que foi o mais distante que já escolhi ...
Será que está no meio da Floresta Amazônica ...
Não sei, mas tudo começou , distintamente , perturbador.
Cheguei ao Galeão com duas horas de antecedência do voo direto (GIG - BEL) pela TAM, comprado seis meses antes (R$ 741,00).
Ao tentar fazer o check-in eletrônico , o primeiro sinal de que algo não estava bem.
O código localizador não estava sendo reconhecido ... e eu o estava digitando corretamente.
Procurei o pessoal da TAM e me disseram que , por conta de uma redução de aproximadamente 8% (pela ANAC) na oferta de voos, dois meses atrás,  meu voo havia sido cancelado.
E nem a DECOLAR.COM nem a TAM me avisaram !! 
Papel do e-ticket pra cá ... papel do e-ticket pra lá.
Depois de dizerem que eu tinha de remarcar meu voo, adotaram um procedimento chamado REACOMODAÇÃO e acabei sendo autorizada a embarcar num voo da GOL.
 A princípio, faria uma escala em Fortaleza, depois seria um voo direto para Belém, conforme a minha programação original.
Que bom ... já pensou perder a reserva já feita para duas diárias no Amazônia Hostel (diária de R$ 54,00).
Por fim deu tudo certo na ida e ,ao chegar no Aeroporto Internacional de Belém , o Val de Cans, eu deveria procurar logo a TAM para saber como estaria a minha reserva de retorno para o Rio de Janeiro. 
O voo para Belém estava previsto para partir às 22:45 hs e por conta da fila de decolagem (nunca havia visto ou prestado atenção nisso), só levantou às 23:20 hs.
Trajeto tranquilo , chegamos à BEL às 02:50 hs. 
Soube que os ônibus só começam a circular às 06:30.

As chances que comprar o bilhete e embarcar às 06:30 hs para a Ilha de Marajó seriam mínimas. Devo pegar o ônibus Pratinha - Ver-o-Peso ou o Pratinha - Presidente Vargas.
O ônibus modal custa somente R$ 2,20 em Belém do Pará, e consegui pegá-lo às 05:53 hs mesmo sendo sexta-feira santa, um dia de feriado.




Desci junto a DOCAS, às 06:21 hs e corri , dando tempo de comprar o ingresso para a barca com direção à maior ilha fluvial do mundo, a de Marajó (ida para o Porto de Camará , R$ 19,00).
Quando cheguei ao "barcão" , ele já estava lotado ... pensei que não fosse nem conseguir um lugar para me sentar. 
A capacidade é de quase mil pessoas.
São três andares , cheios de gente e bagagem de todo os tipos , bolsas, malas, mochilas, caixas, bicicletas ... parece que eles pensam como pensavam os carinhas do TITANIC, que aquilo ali não pode afundar!! Vira e mexe um destes barcos afunda no norte do país. 
Estou escrevendo este diário, exatamente ,da embarcação para Marajó, num veículo lotadíssimo, pelo menos para as cadeiras e coletes salva-vidas.
Gente ... um garotinho acaba de gritar "está pegando fogo " ... todos mais próximos olharam para os lados, se entreolharam, incluindo eu mesma ... já cismada.
 Alarme falso, pois a criança se referia a uma fogueira numa das praias fluviais, parte da paisagem periférica.
Tô de olho e de vigília nesta situação ... e eu já não gosto muito de viajar de barco.
Agora o barco está balaçando bastante para a direita , para a esquerda , para a direita , para a esquerda ...  e a água do rio molhando todo mundo.
Chegamos à Marajó, embaixo de chuva forte e , como já havia lido , é um corre-corre só para para pegar as vans , que saiam todas, super-lotadas, para Salvaterra e para o cais de balsas para atravessar o rio para Souré.
Eu acabei dentro de um ônibus lotado (fiquei em pé) que carregava , é claro, bagagens além de passageiros (R$ 5,00) que, "direto" , nos levaria à Souré. 
Achei estranho pois Souré fica do outro lado do rio. 
Só depois entendi que, direto significava que o transporte terrestre iria até a margem do rio, e que a balsa da travessia à Souré já estava incluída na tarifa.
Do Porto de Camará até Salvaterra são uns 20 minutos. 
A travessia Salvaterra - Souré nesta balsa dura uns 10 minutos , se tanto.
Chovia e parava !! Chovia e parava !!
Vi três búfalos neste trajeto, mas não deu para fotografar pois minha mochila estava junto do motor do ônibus e eu não tinha muita mobilidade para me aproximar dela.
Depois vi muitos outros e até, uma manada , ao longe.


Ao chegar a Souré despencou uma chuva ainda mais forte.
O solo chegou a encharcar ... grandes poças d'água.
Fiquei parada por quase uma hora só observando a possibilidade de andar um pouco por Souré.
Tentei alguns caminhos alternativos para me aproximar de um búfalo , lá longe , que pastava ... mas a chance de molhar meus pés , mesmo com as botas era de quase 100%.
Mas eu queria muito ir até lá !!
Quando a chuva estiou não tinha forma de aproximação pois tudo estava alagado.
Tentei alguns outros caminhos, mas não deu certo !!
Voltou a chover forte.
Todo o que estava se tornando mais enxuto voltou a molhar e , no caso do chão , a encharcar d'água de chuva.
Ficou nisso o tempo todo e por fim , decidi tirar o coturno e as meias, e colocar os chinelos.
Assim, pisando umas 100 vezes em esterco diluído em poças d'água, consegui fotografar os búfalos bem de pertinho. Tinha três deles só por ali. 
Souré tem como atrações principais as praias fluviais como a de Barra Velha e de Pesqueiro , mas com o tempo que fazia , não havia a menor condição.
Fiquei todo o tempo ao redor da área da hidrovia.
A balsa de retorno à Salvaterra  sai a cada hora , mesmo em dia de feriado. Para não ter de descer do outro lado e ter de correr para pagar uma van, saí de ônibus de Souré (por R$ 6,00) , que fez a travessia de ferryboat.
Voltando ao Porto de Camará , eu ainda tinha uns 20 minutos para fazer umas fotos.
A viagem de volta à Belém custa R$ 18,92.
A volta demorou mais do que a ida ... quase quatro horas ( 03:40 hs) e realmente senti o peso do cansaço.
Choveu ... é claro !!!
Parece ou não parece onda de pororoca ??
A cidade de Belém ao longe, se iluminando com a caída da noite ... linda !!
Na saída da hidrovia, diversos táxis aguardavam os passageiros para seus destinos diversos ... branquinhos e bem conservados ....
Peguei a Avenida Docas, em direção ao hostel. 
Do Amazônia Hostel me orientado a tomar um táxi ou um ônibus (Icoaraci - Presidente  Vargas) pois o local não é muito segura , nem de dia , muito menos à noite.
Mas fui caminhando pois considerei o ambiente bem iluminado e movimentado para as 19:00hs. 
Tem restaurantes, shopping  e pessoas fazendo cooper.
Vi o mair rato do mundo (também) atravessando esta avenida e se escondendo num buraco.
Cheguei ao hostel Amazônia e fiz o check-in.
Paguei o valor restante , diferença do valor pago em depósito para garantir a reserva.
Diária em quarto feminino coletivo com seis camas, armário no quarto e café da manhã incluído.
Cada quarto tem o nome de uma nação indígena distinta.
Só havia uma garota acomodada lá, na noite em que cheguei. 
O hostel tem cozinha para hospede , internet wi-fi grátis , duas salas de convivência com TV , sala de jantar, minibiblioteca, jardim externo.
Mas não tem mapa para hóspedes.
Preparei meu macarrão instantâneo depois de um banho de água fria e fui ao notebook , baixar as fotos tiradas no dia, as fotos de Marajó.
Assisti o jornal da noite e a novela das 21 hs com outros hóspedes, depois de ter carregado as baterias e pilhas, para o dia seguinte.

Belém , 30 de março de 2013. Sábado

Acordei às 08:30 hs e fui tomar café da manhã (das 07:30 às 09:30).
É só se sentar à mesa que a funcionária do hostel traz o pão, queijo, presunto, manteiga,  uma fruta, iogurte, ovo frito, suco ... o leite e o café a gente se serve de duas garrafas expostas num balcão da sala de refeições, junto à parede.
O hostel não tem mapa da cidade a oferecer.
A cidade não tem postos de informação turística, exceto um que só funciona das 08 às 12 hs (segunda à sexta , só dias úteis), próximo a entrada da saída de barcas para Marajó.
Ou seja , nada de orientações nos finais de semanas e feriados.
No aeroporto tem, diariamente, das 08 às 22 hs. (infelizmente, eu cheguei num voo da madrugada).
Depois do café-da-manhã , subi para meu quarto (agora eu era a única moradora) e me arrumei para sair para os estádios de Belém do Pará, minha programação desta manhã.
Tomei um ônibus que passasse no bairro de São Braz, onde eu encontraria os estádios do Payssandu e do Remo.
 Bandeiras do Clube do Paysandu
Abaixo fachada do Estádio do Remo e o seu mascote .. um leão !!
Fiz muitas fotos legais, nos dois , onde pude ir até o gramado.
Depois peguei uma condução com direção à ICOARACI, de onde conheceria o estádio do MANGUERÃO.
Em Icoaraci, soube depois, acontece uma grande feira de cerâmica marajoara.
Lá também tem um cais de onde partem "ferries" para Marajó, sendo que estes , além de passageiros, levam também veículos.
No "mangueirão", após forte chuva, encontra-se o pátio bem alagado.
O estádio está fechado sem qualquer chance de se chegar ao gramado.
Soube, por um segurança do local, que de segunda à sexta, existe uma visita guiada (das 08 às 14 horas) de aproximadamente 1 hora cada, para conhecer a estrutura do estádio. 
Porém eu estava lá num sábado e deveria me contentar em tirar fotos só do lado externo.
Diversas árvores mangueiras ornamentam o espaço de estacionamento, gigante , deste estádio.
Depois voltei ao hostel para descarregar as fotos no notebook e almoçar.
Todos os ônibus em Belém (coletivos públicos) custam R$ 2,20.
Almocei e não consegui baixar as fotos da câmera preta. Aliás, ontem levei quase duas horas tentando fazer isso. Pensava que tinha algo a ver com a conexão ruim  "não segura" do local.
Estava conectada com a rede da Intelbras.
É que a senha informada pela rede "segura" do hostel , não foi reconhecida , de jeito nenhum, pelo meu notebook.
E não tinha erro ... senha 1 2 3 4 5 6 7 8 !!!
Mas meu computador não assimilou de forma alguma.
Fiquei no wifi pirata mesmo !!
Mas o problema , na verdade estava no cartão de memória que coloquei dias antes.
Com a câmera prata , o download aconteceu como sempre.
O cartão estava algum tempo guardado e, possivelmente, corrompido.
E depois lembrei que , ao tentar filmar com esta câmera preta, em Marajó, ela interrompia
a filmagem, alegando "cartão lento". 
Nunca havia acontecido isto ... "cartão lento".
Porém reconheço que este cartão de 4 GB de memória estava sem uso , por uns 2 anos ... ele apagou diversas fotografias tiradas numa viagem ao exterior em 2011.
Acho que veio com defeito ... estava sequelado !!
Só troquei o anterior por ele pois a sua capacidade permitiria tirar até 60.000 fotos.
Troquei de roupa e sai novamente.
Agora em direção ao Centro Histórico.
A chuva caindo sem dar tréguas. Descendo a Av. Governador José Malcher , em três minutos,  cheguei à Praça da República com a linda visão do Teatro da Paz. Para tirar fotos com o tripé, precisava posicioná-lo sob o guarda-chuva.
Fui caminhando para o Galpão 3 de cara com o Rio Guajará.
Tudo muito deserto ... e olha que hoje é sábado !!
Passei pela Praça do Escoteiro.
Vi uma placa com direcionamento para o Bairro de Jurunas ... queria tanto ir lá.
E a chuva caindo.
Tirei umas fotos daqueles guindastes amarelos , juntos ao rio.
Este espaço dos hangares é muito bonito e acredito que tenha passado por uma reforma bem recentemente, dada a conservação do lugar.




 Você encontra gastronomia de ponta, moda de várias tendências, artes ... muito legal !!
Saí de lá para conhecer o Mercado Ver-o-Peso, o principal cartão postal de Belém.
Antes da paradinha de quase uma hora esperando a chuva estiar, sob as barracas de roupas, principalmente, camisas de times de futebol ...

Na verdade , eu já estava numa das pontas da feira de Ver-o-Peso.
Só não entendia porque me olhavam como um ser extra-terrestre.
Estava com uma câmera na mão ... depois descobri ser esta a razão. 
Fui ver se haviam souvenires e o óleo de copaíba pedido pela mamãe. 
Já ia dar 17 horas e percebi que o comércio começava a se recolher.
Fui lá por dentro mesmo, ate chegar ao mercado de ferro de Ver-o-Peso ... aquele prédio azul com torres das fotos de Belém.
O verdadeiro símbolo da feira de Ver-o-Peso e de Belém do Pará.
Tirei fotos dele de frente, diversas e do outro lado da rua. 
Um painel gigante ornava uma parede próxima , de cima a baixo , na fachada de um prédio.
Tirei foto dos barcos próximos e do forte do Presépio , mais distante.
Montei o tripé e sai para sair em algumas fotos.
Queria sair em frente ao Ver-o-Peso , é claro.
De repente , um rapaz , como ave de rapina , se lança sobre minha câmera preta , com tripé e tudo , e sai correndo.
Eu cheguei a pensar que era (absurdamente) uma brincadeira de mal gosto , mas era real e eu sai correndo atrás dele , gritando "ladrão , ladrão".
A câmera caiu da mão dele e ela se desprendeu do tripé , que o ladrão jogou longe,no meio da rua.
Eu o recolhi e continuei correndo atrás dele, gritando a todo fôlego "ladrão , ladrão" ... mas ninguém fez nada .... disseram que parecia uma brincadeira !
O cara conhecia tudo aquilo ali ... entrou numa feira de barracas, ainda muito movimentada, onde eu o perdi de vista.
Lamentei mais a perda da memória contida na câmera do que ela em si. 
Mas como sei dos riscos (sempre) , permanentemente , carrego mais duas câmeras e ainda meu celular. 
Tudo o que fotografo com uma câmera , fotografo com as outras.
Assim a perda não foi total  ... a câmera prata , de ângulos talvez um pouco diferentes , tem os lances de um mesmo local , das imagens levadas com a câmera levada pelo ladrão. 
O susto em si, é muito ruim , mas faz parte da aventura , é previsível que isso possa acontecer.
Procurei uma viatura da polícia e fizemos uma ronda por uns 10 ou 15 minutos atrás do ladrão, que evaporou nas ruas de Belém.
O policial disse que talvez tenha sido o roubo mais fácil da vida daquele ladrão, roubo de uma câmera num tripé no chão. Ele não precisou nem dirigir a palavra a mim.
Disse que pra minha sorte eu não havia posto a câmera na mochila pois senão ele tentaria (e, certamente, conseguiria) tirá-la de mim, cortá-la e até me agredir.
Informou que ir até aquele local, às 17 hs , em dia não útil e de chuva, é pedir para ser roubada.
Ainda mais sendo mulher e estando sozinha.
Disse que eu deveria voltar no meio da semana ou num dia de céu mais aberto ... terá mais gente nas ruas.
Eu expliquei, então , que trabalho de segunda a sexta e que fui à Belém , exatamente , por ser um feriadão.
Não poderia esperar o tempo melhorar e se não tirasse as fotos agora , não as tiraria mais.
Que eu fosse lá , pelo menos de manhã.
Vou lá , amanhã de manhã !!!
Fiz um boletim de ocorrência para formalizar o fato.
Começou a anoitecer e voltei para o hostel.


Belém, 31 de março de 2013. Domingo.

Domingo de Páscoa e meu último dia em Belém.
Acordei às 08 horas e tomei o café-da-manhã , me preparando para fazer o check-out.
 E pensar que ninguém  do hostel deu qualquer advertência com relação aos perigos de estar só nesta cidade.
Eu deveria mesmo ter perguntado , mas acho isso tão grosseiro !!
Arrumei a mochila grande e descartei a possibilidade de levar o notebook comigo, algo que faço sempre ao deixar a bagagem no luggage do hostel.
Melhor deixá-lo lá.
Eles cobram R$ 5,00 para guardarem sua mochila ou malas num depósito (grande armário), após o check-out e o acesso a este local é feito somente por funcionários do hotel ... mais seguro assim.
Saí às 10 hs e fui ao Supermercado Y.YAMADA comprar pilhas palito (AAA) pois a câmera que usava bateria foi extraviada.
Uma grande feira estava montada na Praça da República, ao lado do Teatro da Paz, com a luminosidade de um sol, muito, muito, muito mais movimentada que ontem.


Comprei três pulseirinhas e um enfeite para o cabelo, tipo um penacho.
Mais umas fotos e voltei ao Centro Histórico.
No Ver-o-Peso comprei o óleo de copaíba da mamãe (não poderia esquecer) , alguns postais e souvenires para casa em cerâmica marajoara.
 O comércio lá começa a fechar entre 12 e 13 horas.
Somente neste segundo dia visitando a feira de Ver-o-Peso entendi o quanto é perigoso ser turista em Belém.
Com minha outra câmera na mão, a prata , era novamente observada com atenção , por todos , ocasião na qual algumas pessoas me advertiram de ser (novamente) roubada.
Como ainda era de manhã , nas barraquinhas onde estive comprando , questionei a segurança de ir até a frente do Mercado de Ferro de Ver-o-Peso para refazer as fotos extraviadas com a câmera preta. 
Eu nem havia feito o Plano B , para fotos também na outra câmera , pois não houve tempo , depois do furto.
A resposta era unânime : "não vá lá , é perigoso!!"
Mas como sair de Belém sem nenhuma fotografia do mais marcante cartão postal paraense ...
E ele estava ali, tão pertinho !!
Me orientaram a pedir ajuda a um dos policiais que circulava por ali.
Eu vi um deles e pedi ajuda.
O mesmo conversava com comerciantes da feira.
Pedi a gentileza de me acompanhar até o Mercado de Ver-o-Peso, uns 100 metros dali , para eu tirar só uma foto.
O policial (que era de alta patente , um chefe , pois outros batiam continência para ele todo o tempo) concordou mas pediu que eu aguardasse pois estava esperando a chegada de uma guarnição em diligência, onde destacaria alguém para ir até lá na frente comigo.
Nesse meio tempo, um comerciante se aproximou , pediu licença por estar sem camisa e se identificou como um representante dos comerciantes de farinhas de Ver-o-Peso.
pediu ao policial providências emergenciais por conta dos roubos frequentes  no local, o que está prejudicando a comercialização dos produtos.
Ele ainda declarou que a violência no local é comum, que faz parte, que eles convivem bem com isso, mas só que neste momento, excedeu ao tolerável e que eles já não tem mais público para a venda.
Alega que está a beira da falência !!
Pára tudo ... jura que eu estou escutando isso ...
Fiquei me sentindo , realmente , um ser de outro planeta ... se eu estivesse em Angola ou em Moçambique, meu estranhamento não seria menor.
No posto policial permaneci por mais ou menos 40 minutos , aguardando um segurança para a empresa, até que um jovem policial foi destacado para me acompanhar.
Antes dele se aproximar de mim, eu estava do outro lado da rua , tirando fotos do Ver-o-Peso, de longe. Já haviam ums meliantes me observando de longe, do mesmo lugar de onde veio o ladrão (ontem) acompanhando meus movimentos e, certamente, analisando a possibilidade de faturar mais uma câmera fotográfica.
Um casal de orientais estava indo na mesma direção e ninguém , nenhum dos policiais , os advertiu do perigo.
Até que a moça se voltou pra gente e perguntou se era seguro ir até lá na frente.
Então ele (o policial) disse a condição real daquele trecho com relação à segurança , e o casal resolveu tomar um ônibus.
Só eu mesma não havia feito a pergunta chave, a de R$ 1.000.000,00 ... lá é perigoso ...
Mas eu estava tão extasiada com o colorido daquilo que , realmente, nem vislumbrei qualquer ameaça.
Voltando ao retorno ao Ver-o-Peso, quando o policial se aproximou de mim e nos dirigimos para o local das fotos, o meliantes que antes me aguardavem, saíram correndo.
Tirei então as fotos que eu queria da estrutura em ferro pintado de azul.
A Praça do Relógio também foi alvo de clic.
Ela fica logo ali do lado , para quem vai subir para a Feliz Luzitânia.
E todos ao redor me olhando e o policial que me acompanhava.
Até os que trabalhavam nos barcos.
Ele disse que talvez estivessem pensando que eu estava tentando reconhecer , identificar alguém.
Agora sim , uma foto do Ver-o-Peso !!!
O policial perguntou se eu queria a companhia dele para ir até a Feliz Luzitânia.
Eu agradeci e informei que não era certo ele se dedicar a uma visitante da cidade , pois não era meu guarda-costas.  

Seria um absurdo eu aceitar esta proposta ... uma escolta em Belém do Pará ... só para mim !! 
Mas lhe disse que o que já havia feito por mim , foi o suficiente , teria sido como um presente.
Voltamos ao posto policial.
O rapaz me deixou ir até a parte mais alta deste prédio e tirar algumas fotos lá de cima.
O local tinha vários funcionários da limpeza pública de Belém e policiais femininas também ... fui até lá , por que não ...

Fotos muito bacanas lá de cima. 
Tomei  então um ônibus para ir ao Forte do Presépio, orientação da segurança de Belém , pagar um ônibus aqui , descer um ponto depois, só para não passar pela curva junto ao Mercado do Ver-o-Peso e pela Praça do Relógio.
Segundo eles , subir nesta direção é o mesmo de carregar na testa uma placa com "eu sou turista".
O Forte do Presépio estava fechado , não por ser domingo , mas por ser feriado de Páscoa, e só reabrirá na próxima terça-feira.




Ele faz parte do Complexo Feliz Luzitânia, composto também pela Igreja da Sé (a catedral de Belém do Pará) e pela Casa das 11 Janelas. 

Esta última , Espaço Cultural Casa das Onze Janelas  - foto abaixo - adivinha (??) ... fechada por causa da Páscoa. 
A Praça Dom Frei Caetano Brandão é muito bem tratada e tem ainda como atração o Museu de Arte Sacra (Igreja de  Santo Alexandre).

Tirei muitas fotos no Complexo Feliz Luzitânia , pelo menos isto.
Uma viatura da polícia turística no local me desestimulou a visitar o Mangal da Graças pois, por conta do calor e umidade vinda do rio , o parque fica com uma espécie de névoa. 
Falaram que mesmo indo de ônibus ou táxi até lá, a área é frequentada por usuários de drogas e estou na desvantagem de estar sozinha.
Acima o Museu de Arte de Belém do Pará.
Uma companhia poderia evitar a aproximação destas pessoas.
Fiquei chateada de não ir lá , particularmente o local que mais queria conhecer em Belém.
Desci a Praça do Relógio (ainda sem muito movimento) para pegar ônibus para o Santuário de Nazaré e o Museu Emílio Goeldi.
Um bem próximo do outro.
Uns cinco minutos e eu já estava lá.
O museu estava fechado por causa da Páscoa ... assimilei então , com tudo em atração turística fechada neste feriado cristão ... o quanto eles são católicos de verdade !!
Fotografei o Museu Emílio Goeldi de fora.
No McDonald's parada obrigatória para recarregar a bateria, claro, com o tradicional McLanche Feliz. 


O valor , o mais alto que eu já paguei, considerando no Brasil e no mundo: R$ 19,00.
Incrível ...no Rio fica numa média de R$ 13,50.
Ah .. mas também a quantidade de batatas fritas equivale ao que era, antigamente,  a pequena.
Hoje , eles vendem como pequena , o que é mini porção de batatas .... naquela envólucro de papel mais resistente.  Lá ainda usam aquele saquinho ... que não existe mais no RJ. Mesmo na Europa , o McLanche Feliz não chega a R$ 18,00.
Digo de experiência própria pois, em minha última viagem por lá (Madrid - Setembro de 2011) o lanchinho custou aproximadamente R$ 15,00 .... trouxe uma Smurffete !!
Depois do lanche fui à Igreja de Nazaré e seu belíssimo santuário.


A principal festa de Belém é o Círio de Nazaré !!
A linda basílica recebe , anualmente , a procissão do Círio de Nazaré no segundo domingo do mês de outubro.








 


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