terça-feira, 5 de novembro de 2019

Cachoeiras do Mendanha !!

Hoje foi um típico dia de aventura, não somente por se tratar de fazer uma trilha nova, mas também por outras "cositas más" que se passaram neste domingo.

A trilha foi organizada pelo grupo "Trilheiros da Gávea" e tinha como objetivo, a Cachoeira do Mendanha, que na verdade eu considerei cachoeiras.
O ponto de encontro era a Estação de Trens de Campo Grande, a Supervia, às 09 hs.Eu saí de casa um pouco mais das 06 horas para não atrasar ... primeiro, por que acho isso muita falta de consideração com o demais participantes.
Segundo, porque Campo Grande, ainda que seja Zona Oeste, como o bairro que moro, é muito longe e muito contra-mão.
Resolvi tomar um BRT até a estação do Magarça e tomar um ônibus para Campo Grande.
Qualquer caminho seria trabalhoso e demandaria muito tempo, e esse parecia o melhor.

Logo na ida, antes que o meu BRT Expresso 10 Santa Cruz chegasse à estação de Mato Alto, a auto pista estava com quilômetros de congestionamento.
E o BRT seguia adiante ....

  
Muitos, muitos, muitos carros parados, com pessoas já do lado de fora, o que indicava que o problema não aconteceu naquele instante.
Depois, pela ciclovia, alguns veículos já seguiam na contramão.
Pessoas já comentavam se tratar de um arrastão.
Mais adiante até os BRT's pararam.


Era o que faltava !!
Eu já me via chegando em Campo Grande, super atrasada e tomando um ônibus de volta, por me perder do grupo.
Muita gente decidiu descer e seguir a pé.
Eu já estava prestes a fazê-lo, quando o BRT voltou a andar.
Desci no Magarça e tomei a linha 866 para Campo Grande (R$ 4,05).
Cheguei à Campo Grande 08:35 hs ... que bom !
Agora como encontrar o grupo ?
Sabia somente que o líder do grupo estaria de camisa branca.
Existiam alguns outros grupos ali que fariam a mesma trilha.
Fui "encontrada" por alguém do "Trilheiros da Gávea" ... que bom !
Mas tinha uma pessoa do nosso grupo em atraso, em Senador Camará, disseram ...
E levou muito tempo para a pessoa chegar ... acho que ela não estava em Senador Camará, mas em Madureira talvez ... demorou quase meia hora para chegar.
Daí, outro desafio ... ao invés de tomar o ônibus linha 850 (conforme o programado), para compensar o atraso inicial da trilha, iríamos tomar uma van.
Quer dizer, a pessoa chega super atrasada e a gente acaba gastando em dinheiro, quando teria até a possibilidade de não pagar nada, com a integração do cartão de passagem.
Aff ...
Chamaram uma van para nos levar.
Não curto van, mas até aí, tudo bem ... estava com um grupo de trilha.
O problema é que eles não aceitavam Bilhete Único.
Eu não faria a integração e ainda teria de pagar em dinheiro (R$ 4,00).
Não costumo levar dinheiro para trilha.
Por muita sorte, estava com meu porta níqueis e assim deu para pagar, mas já na volta ...
Então fomos nós, ao desembarcar da van, subindo uma estradinha em concreto, no meio da mata.
Outras vans e carros iam até mais lá acima.
Nosso grupo estava em 23 pessoas, incluindo uma menina com uns 12 anos, e dois jovenzinhos.
Mas em certo ponto, à direita, encontramos a entrada da trilha, que assim, de cara, parecia que seria suave.
A mesma tem duração de aproximadamente 1 hora de duração, em aclive pelos seus primeiros 80% e depois declive, até as piscinas naturais.
Ela não é difícil para quem está acostumado, mas poderia definir como uma trilha de grau de dificuldade moderado.
Passamos por cima de troncos, por baixo de alguns galhos, pela beirinha de umas quedas de barreira, seguramos algumas raízes de árvores para não escorregar.
Um bom exercício cárdio-respiratório.
A mata é nativa de Mata Atlântica, sem modificações significativas, nem jaqueiras eu encontrei ... ah, encontrei uma só, sim.
A trilha é quase que todo o tempo coberta, com raras aberturas para o sol.
Dizem ser bom levar repelente, mas nenhum inseto me incomodou.
Encontramos aranhas, lagartos, muitas borboletas.
A trilha não tem sinalização, como costumamos ver na Floresta da Tijuca ou no Maciço da Pedra Branca ... mas não tem como errar, pois ela é bem definida.
Quando você encontra uma bifurcação, pode seguir de um lado ou de outro, pois sairá no mesmo lugar.
Não tem como se perder, fora ter, o tempo todo, gente entrando e saindo da trilha.
Achei que estava bem cheio de banhistas, ainda que as três piscinas naturais, que formam o conjunto das cachoeiras, fossem bem amplas.
A piscina intermediária, a do escorrega, é a mais solicitada.
Coisas como prancha de bodyboard, colchões infláveis (daqueles de cor azul), são comuns por aqui.
Abaixo desta tem a cachoeira de maior queda (em altura), sei lá, com uns 20 metros ... bonita !
O dia estava bem quente, a água fria (cachoeiras são assim) mas parecia agradável e eu havia esquecido o meu short de lycra, ao trocar de roupa, antes de sair de casa.
Não entrei na água.
Fiz, entretanto, umas boas fotos !!
O rapaz que organizou a trilha foi muito atencioso com todos, desde a recepção do grupo, lá na estação de trens, como ao longo de todo o tempo que ficamos com ele.
"Ninguém fica para trás" é um dos lemas do grupo, por isso ele ficava no fival da caminhada, auxiliando aqueles que estavam com alguma retenção ou um pouco mais de dificuldade em seguir morro acima.
Isso muito é legal e nem todo lider de trilha tem este cuidado.
Ficou a disposição para quando queríamos visitar algum outro ponto mais distante do nosso percurso, como por exemplo, descer no poço mais abaixo do conjunto de cachoeiras, onde estava, pelo menos pra mim, a queda d'água mais bonita.
E foi ele que combinou que a mesma van nos buscasse às 15:30 hs.
Ou seja, eu teria de pagar em dinheiro, mas somente me restou R$ 3,00, e a van era R$ 4,00.
Então eu teria de tomar, obrigatoriamente, um ônibus e por isso, deixei o grupo por volta das 13:30 hs, fazendo a trilha de volta sozinha e seguindo o retorno até a Estrada do Mendanha.
Ali tem uma grande Igraja Batista como referência e, ainda que não tivesse placa de parada de ônibus, vi que a estrada não tinha nenhuma outra edificação naquela altura e nem calçada para se caminhar.
Fiquei ali, na sombra de algumas árvores ... 10, 20, 30, 40 minutos e nada de ônibus.
Desisti depois que vi a van contratada pelo grupo, para volta até Campo Grande, e resolvi me mexer, caminhar adiante, a encontrar algum transporte público, enquanto ainda havia a luz do sol.
Estrada do Mendanha ... mato de um lado, mato de outro, caminhando sem existir, sequer, um acostamento ... tenso.
Perguntei a uma senhorinha, sentada à frente de um portão, depois de caminhar uns 10 minutos, se existia ônibus ali.
Ela disse que somente o 850, um único carro que vai à Serrinha do Mendanha, volta à estação da Supervia, e retorna .... mas não vi nenhum indo ou vindo em quase uma hora.
Ela me orientou a seguir em frente até o Largo do Mendanha, onde encontraria ônibus e vans.
Nesse intervalo a "van contratada" passou por mim, parou e me convidou, eu que já tinha caminhado tanto.
O rapaz que organizou, deve ter sabido de minha história triste e disse que tudo já estava quitado.
Mas eu não estava à vontade e resolvi seguir sozinha, pela estrada ... sou peregrina, faço uma média de 30 km por dia, de caminhada, e isso não me assusta.
Logo cheguei ao largo que a senhora citou, e vi dois ônibus parados.
Vi umas vans também.
Van eu não curto de tomar, mas como o único ônibus ali era o 812 (Shopping Bangu x Largo do Mendanha) e ele passa pela Vila Kennedy, Carobinha, Presídio, Estrada do Engenho e Guandu), preferi tomar a van mesmo.
O tempo que fiquei ali, no larguinho, vi o ônibus "fantasma" 850, indo em direção ao Mendanha.
Da van, até Campo Grande, tomei um ônibus (867 - Campo Grande x Barra de Guaratiba) para a Estação BRT Mato Alto ... tomei o Expresso 10 para Alvorada, depois o parador para Madureira.
Cheguei à casa quase 19 hs .... 


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